Sucessão - Entrevista com a Agromove: Conversa com especialista: Sucessão familiar, refletindo o seu futuro a longo prazo


No meio agro é muito comum que a continuidade dos negócios se mantenha na família, passando de geração em geração, dando-se a sucessão. Porém, esse processo, ainda que essencial, não é frequentemente discutido no ambiente familiar, abrindo brechas para diversos conflitos.

Em uma entrevista com a Agromove, Daniel Pagotto aborda mais a fundo sobre a sucessão no agro, falando de vantagens e desvantagens, pontos principais para esse processo, erros mais comuns e muito mais...

 

Dê uma olhada:

Agromove: Quais são as principais precauções quando se fala em sucessão familiar?

Daniel Pagotto: A chave para iniciar discussões sobre a sucessão familiar envolve deixar claro a todos que quando falamos de sucessão, estamos falando de continuidade, de passar adiante aquele legado construído, e o modo da família se comunicar no enfrentamento do tema, será fator fundamental para bons resultados. Também é vital ressaltar que as opiniões vão divergir, e por isso sempre é bom pensar que vão existir “brigas de ideias”, e não entre pessoas. De início deve ficar claro que, para a perpetuação acontecer, primeiro devemos priorizar o negócio, depois a família, e por fim as vontades individuais de cada membro. Se esta ordem não existir, tudo já começa errado, e não vai funcionar. Mais adiante explico melhor este conceito.

 

AG: O que não pode faltar para começar este processo?

DP: A sucessão familiar deve ser iniciada através da criação de encontros formais, com datas específicas e tempo determinado, para que a família possa colocar em pauta as demandas em um fórum adequado. E tem muita gente que foca apenas na operação da fazenda, deixando que este assunto possa virar uma “bomba” em algum almoço familiar de domingo, ou em datas como Natal. Além disso, nenhum processo se inicia se o líder (patriarca ou matriarca) não tiver disposição em avançar. Faz parte do trabalho das gerações mais novas puxar o assunto e insistir na demanda, caso a liderança se esquive demais.

 

AG: Quais os critérios principais que devem ser levados em consideração na elaboração dos documentos?

DP: Existem 2 pontos na sucessão:

– O primeiro, que é simplesmente a transição da liderança, ou seja, o líder que escolhe o momento de passar “o volante do carro” para um dos filhos, ou sobrinho, e quem sabe até algum executivo de fora (dependendo do porte do negócio). E isso não envolve necessariamente elaborar muitos documentos, mas apenas ajustar os processos administrativos para que o novo líder possa atuar. E este patriarca não sai de uma vez, ou se aposenta… o ideal é que ele fique como conselheiro, apoiando a nova liderança. Porém, é preciso ficar claro que ele não é mais o “chefe”, e não faz sentido que passe por cima das decisões.

– O segundo ponto envolve as questões tributárias, e aí sim várias medidas podem ser antecipadas para que, quando da falta dos patriarcas, tudo já esteja resolvido. Isso pode envolver a estruturação de uma holding para as terras, doação antecipada com usufruto vitalício, e uma série de ações envolvendo a blindagem patrimonial. Importante ressaltar que cada caso é diferente do outro, e o bom senso pede mediadores e especialistas em direito tributário neste acompanhamento.

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